As cobras Kuhlii, ou Pangio kuhlii, da familia dos cobitideos, são originárias da Tailândia, Indonésia (Oeste de Java, Sumatra, Kalimantan Timur e Kalimantan Barat em Bornéu) assim como na península malaia pelo menos até altura de Phangnga.
Necessitam de um pH entre 5.5-7.0 e uma dureza entre 2-8. A temperatura ideal é dos 23ºC aos 30ºC. Embora em adultos possam atingir 12 cm o mais comum é encontrar tamanhos perto dos 9 cm. É um peixe de fundo de manutenção muito fácil, pacifico ideal para aquários comunitários. Recomenda-se um aquário minimo de 54L (60cm x 30cm x 30cm).
Alimentação: Omnívoro. Aceita todos os tipos de alimentos comerciais em forma de pastilha para peixes de fundo, pellets e qualquer alimento seco que cair no fundo. Predilecção por larvas de mosquitos e vermes tubifex, embora estes não devam ser utilizados por razões de higiene e riscos, pois normalmente são encontrados no esgoto.
Características
Há várias espécies do género Pangio que podem ser confundidas com esta espécie, mas podem ser diferenciadas pelo número número de bandas escuras ocupando a metade de cima do corpo (cerca de 15-20) e pelo formato delas, quadrangulares, as vezes irregulares. A cor da barriga é rosada. O nome desta espécie é uma homenagem a Heinrich Kuhl, que trabalhou como naturalista e zoóloga. Ao contrário do que a maioria dos aquariofilistas acredita, esta espécie não se alimenta de restos e dejectos dos outros peixes, mas contribui revirando o cascalho e se alimentando de flocos que podem estar inacessíveis aos demais, ou então movimentando a sujeira presa no substrato em direcção ao filtro.
O antigo nome do gênero desta espécie, Acanthophthalmus significa “olho espinhoso” e se refere aos afiados espinhos erécteis que este peixe possui na a base do olho. Os olhos contam com una membrana transparente que os protege tanto de una luz excessiva como de suas incursões abaixo do substrato. São peixes nocturnos, pode ser difícil vê-las durante o dia. Por essa razão, o aquário deve ter esconderijos de sobra.
Permita que a madeira e as folhas dêem uma coloração na água. Caso não possua um tronco, um pequeno saco de turfa acondicionado no interior do filtro ou pendurado na borda do tanque irá ajudar a simular as condições de água escura. Pouca iluminação também é preferível. Coloque plantas no aquário que sobrevivam à essas condições, como a Samambaia de Java, o musgo de sumatra e as criptocorines. São peixes bastante resistentes, mas ofereça a estes peixes as condições básicas para viver. Não se esqueça de deixar um pouco de ração no aquário após apagar as luzes.
Reprodução
Ovíparo. Difícil resumir o dimorfismo sexual em poucas palavras. Nos machos os músculos da parte superior do corpo são mais desenvolvidos, mas é muito difícil de apreciar. Eles também podem apresentar barbatanas peitorais mais alongadas com bordas pretas mais acentuadas. As fêmeas são mais amplas na região ventral. Muito difícil de conseguir em cativeiro, embora não impossível, Até agora foram relatadas poucas reproduções casuais e alguns experimentos de postura forçada utilizando-se injecção de hormonas nos progenitores (gonadotropina sintética em injecção intra-muscular, ou então hipófise de carpa), método que já obteve êxito, mas que leva os pais a uma morte prematura.
Os ovos das kuhlii são soltos perto da superfície da agua e aderem a raízes de plantas flutuantes ou caem e ficam suspensos entre as plantas. Os ovos são muito pequenos e de cor verde claro.
Ambos os peixes se colocam flanco contra flanco abaixo da lâmina de água, e o macho enrosca a fêmea com seu corpo, produzindo-se a libertação dos ovos e a fecundação ao mesmo tempo. As posturas são numerosas, e calculou-se que uma fêmea madura pode pôr até mil ovos. A incubação dura aproximadamente 24 horas a uma temperatura de 26 ºC.
Ivan Petrovicky cita o russo Lev Gudkov como o primeiro a conseguir a reprodução (induzida com hormonas) em 1975. Em 1996 foi publicada na revista Aquarium Fish Magazine, a cargo de Alfred D. Castro uma dessas reproduções espontâneas sem necessidade de hormonas, em que conseguiu retirar 7 alevins separados, mas encontrou outros 15 que haviam sobrevivido por sua conta no aquário. A revista espanhola Acuario Práctico publicava em 1998 uma experiência com injecção hormonal em cobras kuhlii com uma taxa de sobrevivência também muito baixa que os autores classificaram como “negativa”.
As larvas apresentam brânquias exteriores em forma de arbusto, e devem ser alimentadas com microplancton e náuplios de artêmia.