Originários do sul dos Estados Unidos e do norte do México, o lagostim vermelho desde cerca de 1979 que habitam os rios e albufeiras da Península Ibérica, tendo sido introduzidos a primeira vez em Badajoz, em 1973 em quintas de aquacultura e escapado posteriormente.
Apesar do nome, lagostim vermelho, existem muitas variações na coloração desta espécie, que depende de vários factores: genéticos, meio habitat, alimentação entre outros. Têm uma esperança média de vida de dois anos chegando a atingir os 15 cm.
Não são aconselháveis para aquários comunitários nem para aquários plantados, pois vão caçar os peixes avidamente e vão também consumir as plantas. Podendo ser mantidos em aquários com pedras em que se forneçam algumas grutas para se esconderem, especialmente durante a eclise (mudança de carapaça). Este processo é desencadeado hormonalmente para garantir o crescimento. Depois da troca, a carapaça nova ainda não está rija e o animal vai permanecer escondido para sua protecção.
A reprodução é essencialmente sexuada, mas existem casos registados de partenogénese. Reproduz-se em qualquer época do ano, mas é mais comum ao final da primavera e início do verão. Geralmente se reproduz de uma a três vezes ao ano.
Um aspecto bastante peculiar do ciclo biológico deste lagostim, e dos demais membros da família Cambaridae, é a alternância de dois morfotipos nos machos, reprodutora (forma I) e não-reprodutora (forma II). Desta forma, possuem um dimorfismo cíclico, alternando períodos de actividade reproductiva e períodos de crescimento somático. Após um período reprodutivo que dura 8 a 9 meses ao ano, passam por uma muda, revertendo para uma forma sexualmente imatura. Nesta fase, os machos não têm ganchos copuladores e os órgãos copuladores são amolecidos e de cor clara. Porém, são bastante activos, alimenta-se vorazmente, com um crescimento rápido. As fêmeas também apresentam esta alternância nas formas, mas este só é evidente no seu comportamento, na receptividade aos machos.
A reprodução em si se inicia com uma dança nupcial, onde o macho corteja a fêmea, e termina suavemente colocando-a com seu ventre para cima. Há a deposição do espermatóforo em uma estrutura localizada entre a base das pernas posteriores, chamada de annulus ventralis, que é o receptáculo seminal (não é o póro genital). Algumas semanas a meses depois, a fêmea esconde-se e termina a maturação dos ovos, libera-os, e neste momento são fertilizados.
A fêmea adulta pode sobreviver emersa, dentro da toca, em alta humidade, mas para a oviposição é necessário um local aquático. Eventualmente a oviposição pode se dar em águas livres. Uma fêmea grande pode produzir até 700 ovos, são ovos pequenos, menores do que outros lagostins, medindo 0,4 cm de diâmetro. Estes permanecem fixos nos pleópodes abdominais, e o período de incubação dura 3 semanas. Após nascerem, os filhotes permanecem fixos à região abdominal da fêmea por 8 semanas, caracterizando cuidado parental. Neste período passam por duas ecdises. Os filhotes crescem rapidamente, atingem 2 cm em um mês, e 8 cm em três meses. Atingem maturidade sexual com cerca de 6 cm (3 meses).
Após o período de reprodução, os machos do lagostim vermelho passam por uma fase errante onde pode haver migração em massa, caminhando por vários quilómetros em áreas secas, especialmente durante a estação chuvosa. Geralmente se tratam de machos sexualmente exaustos, sendo bastante comum a mortalidade nesta fase. Podem se dispersar por mais de 17 km em 4 dias.
Pode também consultar as informações acerca do lagostim vermelho presentes na Wikipédia.