Características Gerais da Oodiniose
Para começar, a Oodiniose, conhecida popularmente como “doença do veludo”, é provocada por dinoflagelados do género Oodinium. Em especial, as espécies Oodinium pillularis e Oodinium limneticum destacam-se por infetarem tanto peixes de água doce quanto de água salgada. Portanto, é importante compreender que esta doença é altamente contagiosa e pode ser letal se não for tratada atempadamente.
Além disso, o parasita aloja-se na pele e nas brânquias dos peixes, onde forma quistos microscópicos. Como consequência, uma camada dourada ou acobreada torna-se visível sobre o corpo do peixe, o que lhe confere o aspeto aveludado que deu origem ao nome comum da doença.

Deteção Precoce: Sinais e Sintomas a Observar
Desde cedo, detetar a Oodiniose é crucial para aplicar um tratamento eficaz. Em primeiro lugar, os peixes afetados tornam-se apáticos ou apresentam natação irregular. Por outro lado, muitos indivíduos começam a esfregar-se contra objetos, comportamento conhecido como “flashing”, sinal claro de irritação cutânea.
Além disso, pode verificar-se perda de apetite, o que agrava ainda mais o estado geral do peixe. Por fim, à medida que a infeção evolui, observa-se uma camada dourada, visível à luz, sobre a pele e barbatanas.
Tratamento: Etapas e Cuidados Necessários
A seguir, é fundamental atuar com rapidez e precisão para garantir a recuperação dos peixes afetados. Antes de tudo, sempre que possível, deve-se isolar os peixes infetados, a fim de evitar o alastramento da doença no aquário principal.
1. Aumento Controlado da Temperatura
Em primeiro lugar, subir gradualmente a temperatura da água para entre 28 °C e 30 °C acelera o ciclo de vida do parasita. Deste modo, facilita-se a atuação dos medicamentos. No entanto, é essencial garantir que todas as espécies presentes toleram tais valores térmicos.
2. Aplicação de Tratamentos Químicos
Por outro lado, produtos à base de cobre, como o sulfato de cobre, revelam-se muito eficazes, embora exijam controlo rigoroso com testes próprios. Como alternativa, pode-se recorrer a formalina, verde de malaquita ou quinino, desde que se respeitem as dosagens recomendadas pelos fabricantes.
3. Interrupção da Luz (Apagão Total)
Adicionalmente, realizar um “apagão” total de 3 a 5 dias ajuda, já que o parasita realiza fotossíntese em uma fase do ciclo. Por conseguinte, a escuridão dificulta a sua sobrevivência.
4. Reforço da Oxigenação e Limpeza
Ao mesmo tempo, melhorar a oxigenação é indispensável, especialmente porque as brânquias são diretamente afetadas. Paralelamente, recomenda-se aspirar bem o fundo do aquário e remover detritos, de modo a reduzir os quistos viáveis.
Prevenção: Estratégias para Evitar a Doença do Veludo
Idealmente, prevenir a Oodiniose é sempre preferível ao tratamento. Antes de mais, a quarentena de novos peixes por pelo menos 14 dias ajuda a evitar introduções acidentais do parasita.
Além disso, manter parâmetros estáveis — como temperatura e pH — reduz o stress, fortalecendo assim o sistema imunitário dos peixes. Simultaneamente, oferecer uma dieta variada e rica em nutrientes aumenta a resistência dos animais a infeções.
Por fim, evitar a sobrepopulação e observar os peixes diariamente contribui para identificar sintomas logo no início, garantindo assim uma resposta rápida e eficaz.
Referências Bibliográficas
- Noga, E. J. (2010). Fish Disease: Diagnosis and Treatment. Wiley-Blackwell.
- Woo, P. T. K. (1995). Fish Diseases and Disorders: Volume 1, Protozoan and Metazoan Infections. CABI Publishing.
- Wedemeyer, G. A. (1996). Physiology of Fish in Intensive Culture Systems. Springer.