Principais Características da Costiose
Em primeiro lugar, é importante saber que a Costiose é causada pelo protozoário Ichthyobodo necator, anteriormente conhecido como Costia necatrix. Por conseguinte, trata-se de uma doença parasitária altamente contagiosa, que afeta tanto peixes de água doce como de água salgada.
Além disso, o parasita mede entre 5 e 15 micrómetros, sendo facilmente identificado pela sua forma em lágrima e pela presença de dois pares de flagelos, que lhe conferem grande mobilidade. Como consequência, o parasita aloja-se principalmente na pele e nas guelras dos peixes, onde se alimenta do muco e das células superficiais.
Dado que a reprodução ocorre por divisão binária e em ritmo acelerado, a infestação pode espalhar-se rapidamente, sobretudo em condições de stress ou má qualidade da água. Por isso, a identificação precoce e o tratamento imediato são essenciais para evitar perdas significativas.

Deteção Precoce e Sintomas
Para garantir a saúde dos peixes, a deteção precoce da Costiose é absolutamente crucial. Normalmente, os primeiros sinais manifestam-se através de alterações no comportamento, como a apatia e a natação descoordenada.
Além disso, os peixes infetados costumam esfregar o corpo contra objetos no aquário, comportamento conhecido como raspagem, que indica desconforto cutâneo. Em paralelo, surgem outros sintomas, como perda de apetite, secreção excessiva de muco e aparecimento de zonas opacas na pele.
À medida que a infeção progride, observa-se ainda respiração acelerada, o que indica um possível comprometimento das guelras. Por conseguinte, os peixes tornam-se cada vez mais letárgicos e vulneráveis a infeções secundárias.
Para confirmar o diagnóstico, recomenda-se a realização de uma raspagem cutânea e análise microscópica. Assim que observado ao microscópio, o parasita pode ser identificado pelo seu movimento ondulante e morfologia característica.
Tratamento da Costiose
Uma vez confirmada a presença do parasita, o tratamento deve ser iniciado de imediato. De modo geral, várias substâncias antiparasitárias demonstram eficácia contra a Costiose, desde que aplicadas corretamente.
Por exemplo, o formol pode ser utilizado em concentrações entre 25 e 30 mg/L durante uma hora, sempre com forte aeração. Alternativamente, o verde de malaquita é eficaz em doses de 0,1 mg/L, embora o seu uso deva ser controlado com rigor.
Outra opção viável é o sulfato de cobre, administrado entre 0,15 e 0,20 mg/L, tendo sempre em conta a sua toxicidade para invertebrados. Além disso, os banhos de sal (cloreto de sódio) em concentrações de 2 a 5 g/L durante 30 minutos são eficazes em casos menos graves.
Durante o tratamento, é essencial melhorar a qualidade da água, reforçar a oxigenação e isolar os peixes mais afetados. Dessa forma, aumenta-se significativamente a probabilidade de recuperação dos animais.
Prevenção e Medidas de Controlo
A prevenção da Costiose baseia-se sobretudo em boas práticas de manutenção do aquário. Em primeiro lugar, todos os peixes recém-adquiridos devem passar por um período de quarentena de 2 a 4 semanas, o que reduz o risco de introdução de parasitas.
Além disso, é fundamental manter a qualidade da água dentro dos parâmetros ideais para cada espécie, assegurando níveis nulos de amónia e nitritos, bem como pH e temperatura estáveis. Quando essas condições são cumpridas, o sistema imunológico dos peixes tende a manter-se fortalecido.
De igual modo, a superlotação deve ser evitada, já que o stress causado pela competição territorial favorece o desenvolvimento de doenças. Por outro lado, a presença de abrigos e zonas de refúgio contribui para o bem-estar geral do aquário.
Adicionalmente, a limpeza regular do substrato e dos filtros impede o acúmulo de matéria orgânica, que poderia servir de suporte para o parasita. Por fim, a observação atenta e constante dos peixes permite identificar rapidamente qualquer alteração de comportamento, facilitando a intervenção precoce.
Referências Bibliográficas
- Noga, E.J. (2010). Fish Disease: Diagnosis and Treatment (2nd ed.). Wiley-Blackwell.
- Woo, P.T.K. (2006). Fish Diseases and Disorders: Volume 1 – Protozoan and Metazoan Infections. CABI Publishing.
- Roberts, R.J. (2012). Fish Pathology (4th ed.). Wiley-Blackwell.